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Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle – APPCC

Nesta semana, o gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do SINDUSFARMA, Jair Calixto, encerra a série de artigos sobre Gerenciamento de Riscos na indústria farmacêutica falando sobre o APPCC ou HACCP. Leia também o capítulo 1 e o capítulo 2.

O HACCP – Hazard Analysis Critical Control Points ou Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle é uma ferramenta sistemática, pró ativa e preventiva, para assegurar a qualidade, confiança e segurança de um produto (vide WHO Technical Report Series No. 908, 2003, Annex 7). É uma abordagem estruturada que aplica princípios técnicos e científicos para analisar, avaliar, prevenir e controlar o risco ou consequências adversas devido ao projeto, desenvolvimento, produção e utilização dos produtos.

Basicamente divide-se em duas partes: 5 Passos e os 7 Princípios.

Os 5 passos do HACCP
1. Formar a equipe HACCP
2. Descrever o produto e processo
3. Identificar o uso intencional
4. Elaborar o diagrama de fluxo
5. Confirmar o diagrama de fluxo no local

Destaque-se que a formação multidisciplinar da equipe e a elaboração do diagrama de fluxo são os dois itens mais importantes para a identificação do risco. A equipe multidisciplinar tem a capacidade de avaliar o processo em toda a sua amplitude e profundidade e o diagrama do fluxo identifica corretamente o processo a ser estudado. Não é possível aplicar ferramenta de análise de riscos onde não se conhece detalhadamente o processo.

 Os 7 Princípios do HACCP
1. Realizar análise de risco.
2. Determinar / Estabelecer os pontos críticos de controle (PCCs / CCPs).
3. Estabelecer os limites centrais e o(s) limite(s) crítico(s).
4. Criar um sistema para monitorar os PCCs.
5. Medidas / Ações corretivas.
6. Criar procedimento de verificação.
7. Criar procedimentos para registro de dados.

O principal elemento destes 7 Princípios é o estabelecimento dos pontos críticos de controle (PCCs). Os PCCs são as entradas do sistema (locais) onde o risco tem maior probabilidade de aparecer e causar impacto, conforme sua graduação estabelecida através do método de pontuação SxOxD. Além da determinação dos PCCS e sua pontuação, o estabelecimentos dos seus limites e a forma de monitoramento complementam o núcleo central destes princípios.

Gerenciamento de Riscos
O gerenciamento de riscos é mais amplo que a análise de riscos. Envolve um mecanismo de contínua avaliação do processo, daí o uso do gerenciamento, onde a análise do risco é apenas um elemento. Surge outra pergunta: por que Gerenciar Riscos? Podemos afirmar que é para poder garantir:

# Qualidade /Segurança / Eficácia dos medicamentos.
# Redução do Risco Sanitário.
# Saúde dos Pacientes.
# Saúde e Segurança dos colaboradores e comunidade.
# Prevenção de impactos ao Meio Ambiente.
# Atendimento às Leis (COMPLIANCE).
# A proteção à imagem e ao patrimônio da empresa.

Como informação acessória e complementar, podemos também elencar também “Os Objetivos do Gerenciamento de Riscos dentro do Sistema de Qualidade”. Eles não se limitam à lista abaixo.

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Podemos, a partir dos Objetivos, identificar os reais Benefícios do Gerenciamento de Riscos para a empresa como um todo.
Quais são eles?

beneficios+da+AR Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle – APPCC

 As diversas fases do gerenciamento de riscos
O processo de Gerenciamento de Riscos, conforme falado antes, não se restringe apenas à Análise de Riscos. A sequência completa é dada a seguir.
Definição: Processo sistemático de avaliação, controle, comunicação e revisão dos riscos da qualidade dos produtos dentro do seu ciclo de vida.

tabelas-1024x649 Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle – APPCC

Resultado da revisão periódica de produtos, das inspeções, das auditorias, do controle de mudanças, das investigações de desvios, recolhimentos, reprovações, devoluções.

Por fim, o processo completo do gerenciamento de riscos, resumido abaixo, mostra que o ciclo é contínuo, pois a administração do risco não é interrompida nunca, sob pena de aparecimento de outros novos riscos potenciais, quando o processo de mudanças não é devidamente monitorado. A seguir minha interpretação para este ciclo contínuo do gerenciamento.

gerenciamento+do+risco+sumário-1024x897 Análise de Riscos e Pontos Críticos de Controle – APPCC

Conclusões
As ferramentas de análise de risco podem auxiliar os reguladores e as empresas a identificar os riscos durante as auditorias realizadas, com aplicação direcionada de suas estratégias, focando seus recursos essenciais nos elementos – produtos, empresas, processos, serviços – de maior risco para o paciente. Podemos considerar o seguinte:

– Uso da HACCP não exclui uso das Boas Práticas de Fabricação (BPFs);
– Operação deve estar conforme as BPFs;
– Exigência regulatória atualmente;
– É uma prática mundial;
– Possibilita maior conhecimento do processo;
– Aumenta o nível de qualidade;
– É ferramenta para Melhoria Contínua;
– São necessários novos conhecimentos e habilidades (trabalho em equipe, outros departamentos);
– Auxilia no “Compliance” regulatório;
– Exige equipe da área de Qualidade para implantar métodos de Análise de Risco.

Referências
Zardo, H. – Workshop Sindusfarma – Q8, Q9, Q10, novembro 2008. Botet Fregola, J., 2009. “GMPs del siglo XXI”. Un arma contra la crisis. Indúustria Farmacéutica, 147, 97-102. Botet Fregola, J, Sistema de Calidad Farmacéutica Del Siglo XXI – Jordi Botet – Editora RCN – 2008. Hulbert, Matthew H. at all – Risk Management in the Pharmaceutical product Development Product J. Pharm. Innov. (2008) 3:227-248 ICH Q8 – Pharmaceutical Development ICH Q8 R(2) – Pharmaceutical Development Revision 2 ICH Q9 – Quality Risk Management ICH Q 10 – Pharmaceutical Quality System MORETTO, L.D.; CALIXTO, J. Estrutura do Novo Sistema de Qualidade para a Indústria Farmacêutica. São Paulo; SINDUSFARMA, volume 5, 114 pp., 2009. MORETTO, L.D.; CALIXTO, J. Diretrizes para Gerenciamento de Riscos nos Processos da Indústria Farmacêutica . São Paulo. SINDUSFARMA, volume 13, 188 pp., 2011. MORETTO, L.D.; CALIXTO, J. Guia de autoinspeção na indústria farmacêutica. São Paulo. SINDUSFARMA, volume 8.1, 2010.

Jair Calixto –  Gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do SINDUSFARMA (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo).

 

 

 

 

 

 

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