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sexta-feira, abril 19, 2024
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Conheça os sistemas de ar condicionado para salas limpas e os requisitos de projeto

As Unidades de Tratamento de Ar por expansão indireta que requerem água gelada produzida por chillers são as mais utilizadas.

 

 

 

Existem vários tipos de sistemas de ar condicionados utilizados em ambientes controlados e salas limpas, porém, o mais amplamente utilizado seriam as UTAS (Unidades de Tratamento de Ar) por expansão indireta que requerem água gelada produzida por chillers, conhecidas no mercado por fancoils. “Quando existe a necessidade de controle de umidade em determinadas faixas, normalmente associa-se as UTAs a desumidificadores. Os fancoils são gabinetes compostos por ventiladores, trocadores de calor, filtros e caixa de mistura que possuem características especiais para esta aplicação, sendo a principal a estanqueidade e reduzida possibilidade de acúmulo de sujeira, sendo construídos para fácil limpeza e com materiais que não se degradam desprendendo partículas”, explica Gerson Catapano, diretor de serviços da Masstin Engenharia e Instalações.

Ele afirma que a distribuição de ar normalmente é construída em dutos rígidos de chapas galavanizadas, dampers e caixas terminais. “Sendo um aspecto muito importante a difusão de ar e o retorno nas salas de maneira que o fluxo de ar dentro do ambiente seja o esperado e mitigue a possibilidade de contaminação”, acrescenta.

Para   José Antônio Scandiuzzi, proprietário da Fluxo Engenharia e Service Soluções Integradas,  o conceito de ar condicionado é pequeno para ser aplicado. O termo mais correto, segundo ele, seria sistemas de tratamento de ar. Scandiuzzi afirma que cada sistema possui características próprias a depender do projeto, pois as variáveis a serem controladas vão muito além da temperatura. Ele cita os principais elementos que podem compor um sistema de tratamento de ar.  Os sistemas consistiriam basicamente de:

– Uma base de refrigeração (serpentinas  a água ou expansão direta, etc..);

– Uma base de reaquecimento e/ou aquecimento;

– Rede de dutos para distribuição de ar;

– Elementos de difusão (difusores e grelhas) e captação de ar (grelhas e braços extratores);

– Ventiladores de exaustão, retorno e insuflamento;

– Uma Base de desumidificação (serpentinas e desumidificadores químicos);

– Uma ou várias bases de filtragem, de acordo com a necessidade do projeto, devendo ser aplicado no insuflado com no ar de retorno e exaustão;

– Sistema de controle e monitoramento, que pode ser através de sistemas mais sofisticados com utilização de automação por controladores lógico-programáveis, ou controle simples.

Principais requisitos de projeto

Scandiuzzi afirma que o principal requisito para o projeto é a definição do que ele chama de planta de gradiente de pressão e classificação de área, em que o farmacêutico irá definir as necessidades do ponto de vista do ar para a produção de um determinado medicamento. “Os cuidados são os mesmos de qualquer montagem mecânica, com grande ênfase na higiene”, diz.

O engenheiro mecânico Humberto Barbato, diretor da Neu Luft, destaca a importância de entender as necessidades do cliente e que o projeto seja elaborado cumprindo as requisições do usuário aprovadas e as exigências normativas vigentes. “A qualificação do projeto é recomendável que seja executada para validação desta etapa, bem como para corrigir eventuais desvios antes da aquisição de equipamentos e componentes e início da instalação; para evitar problemas de instalação é necessário estabelecer o plano de qualificação da instalação e proceder a instalação do mesmo a medida que o cronograma avança”, ressalta.

Segundo Catapano, da Masstin, os principais requisitos de projetos de ar condicionado para ambientes controlados e salas limpas são: classificação,  número de trocas, quantidade de ar externo para a reposição, condições do ar externo, gradiente de pressão diferencial, umidade,  geração de pó, distribuição de ar, como será o sistema de higienização, aberturas para áreas de classificação diferentes, explosividade, nível de ruído e critérios de aceitação.

 Etapas da instalação de sistemas

A instalação de sistemas de ar condicionado usados em indústrias farmacêuticas e correlatas começa com o Requerimento de Usuário, pois nele são encontradas as necessidades que os ambientes deverão atender e os processos de produção que ocorrerão nestes ambientes. Segundo Catapano, estas informações permitem a elaboração do projeto de ar condicionado que por sua vez deve atender as normas vigentes. “Com o projeto temos todas as especificações necessárias de equipamentos, materiais, formas construtivas etc”, diz.

Depois da aquisição de equipamentos e materiais, inicia-se a fase de construção e montagem, momento em que alguns testes e ensaios já devem ser executados para a garantia da qualidade final, como por exemplo: FAT (factory acceptance test) dos equipamentos ou testes de estanqueidade de dutos. Terminada a fase de construção e montagem, iniciam-se as atividades de comissionamento que se baseiam em inspeção e testes, ajustes e regulagens e testes de start-up, bem como testes funcionais. Em paralelo e na sequência, temos a etapa de Qualificação com suas diferentes fases. “É importante ressaltar que desde o projeto até a Qualificação todas as etapas precisam ser documentadas de forma clara e tanto operadores quanto manutentores treinados através de procedimentos específicos”, diz o diretor da Masstin.

“Durante as etapas de instalações podem surgir necessidade de alterações que precisam ser aprovadas e documentadas através de controle de mudanças que são documentos destinados a este fim”, conclui.

Humberto Barbato resume a instalação dos sistemas de AC citando as seguintes etapas:

Interpretar a finalidade da instalação e processo produtivo do cliente → Identificar as normas da ANVISA, ABNT e/ou de quaisquer outros organismos aplicáveis → Preencher juntamente com o cliente a URS → Aprovação URS → Elaboração projeto conceitual sobre lay out aprovado → Aprovação projeto conceitual → Elaboração projeto básico → Aprovação projeto básico → Submeter o projeto básico a concorrência → Escolha da empresa instaladora → Detalhamento do projeto/projeto executivo → Aprovação do projeto executivo/Qualificação do projeto → Elaboração de cronograma → Aprovação do cronograma geral de todas as disciplinas → Execução da instalação → Qualificação da Instalação → Posta em operação → TAB e qualificação da operação → Qualificação da performance → Aceite provisório → Eliminação da lista de pendências → Manual de operação e manutenção & Treinamento → Aceite definitivo.

Redação – Portal Boas Práticas – www.boaspraticasnet.com.br

 

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