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terça-feira, abril 16, 2024
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Especificação de materiais de acabamento para salas limpas

O processo produtivo e os procedimentos operacionais nas indústrias das ciências da vida podem ser prejudicados por fatores como a contaminação em salas limpas por poeira e partículas, a dificuldade de higienização e a falta de resistência aos agentes biocidas e saneantes. Por esse motivo, é necessário adotar estratégias que mantenham estes ambientes com baixa concentração de sujidades.

Nesse contexto, a especificação de materiais de acabamento tem papel fundamental. Em resumo, todos os elementos construtivos que possam produzir ou acumular poeira devem ser eliminados, tais como madeira exposta, suportes de luminárias, superfícies com tintas não apropriadas, ressaltos ou saliências, pés de bancadas, etc.

As junções entre parede e piso e parede com parede devem ter os cantos arredondados para evitar a proliferação de microorganismos e acúmulo de poeira. Se as salas forem pequenas, deve ser previsto o uso de visores ou paineis de vidro para diminuir a sensação de claustrofobia. Como as salas estão submetidas às pressões positivas ou negativas, deve-se prever sistemas de vedação nas portas e nas paredes/tetos para seguir esta exigência.

Os paineis – componentes importantes da fase de acabamento de salas limpas, devem ser lisos, isentos de ranhuras. A vedação deve ser perfeita, evitando rugosidades, e os acabamentos arredondados em alumínio pintado ou anodizado. Devem seguir as seguintes exigências básicas de utilização:

– certificação FM para painéis com núcleo em PIR (poliisocianutaro)
– resistência à transmissão de vapor;
– propriedades acústicas satisfatórias;
– estabilidade dimensional;
– refletância de luz;
– resistência a graxas, gordura e lubrificantes;
– superfície sem trincas ou fendas que possam absorver ou acumular materiais contaminantes;
– resistência à abrasão ou fratura que possa produzir poeira;
– resistência à deterioração por envelhecimento que possa produzir partículas;
– facilidade de reparação ou troca em caso de eventuais danos;
– limpeza com mínimo de esforço;
– isolamento térmico;
– resistência ao fogo
– facilidade de alteração do layout do local;
– núcleo com PUR (poliuretano) – classe R1
O material do núcleo isolante pode ser o PUR, PIR, EPS ou Lã de Rocha/Vidro. Os perfis são todos em alumínio natural ou inox. Já os materiais de vedação mecânica (selantes) são específicos para salas limpas, antifungos e anti-envelhecimento.
Já as portas podem ser com controle de acesso, para evitar entrada de pessoal não autorizado em áreas que não podem ter contaminação. Os forros em painel podem ser caminháveis, ideais para serem utilizados como área de circulação e acesso a equipamentos.

Para as áreas de embalagem, utiliza-se muito os paineis em vidro, que permitem uma visibilidade muito maior da área. Estes painéis não são utilizados em áreas de maior risco, pois a sua vedação é menor em relação aos painéis em chapa de aço pintado.

Principais materiais disponíveis
Dentre os principais materiais disponíveis no Brasil, há como substrato:
– Placas de gesso;
– Poliestireno;
– Poliuretano expandido;
– Poliisocianurato;
– Lã de rocha e  Placa cimentícia, e na Europa e Estados Unidos ainda é muito difundida a colmeia de alumínio, muito pouco utilizada no Brasil.
E como acabamentos finais:
– Chapa pré-pintada;
– Chapa com filme de PVC bacteriano (deve estar disponível no Brasil em pouco tempo);
– Laminado melamínico;
– Aço inox;
– Mantas vinílicas (estas já com boa aceitação e se iniciando bem no mercado brasileiro como revestimento também para paredes e teto, além de piso).
Destacam-se, ainda, as já citadas divisórias vítreas, com vidros laminados ou temperados.

Redação Portal Boas Práticas

One thought on “Especificação de materiais de acabamento para salas limpas

  • O autor se esqueceu de indicar as construções em alvenaria revestida, bastante comum e não havendo nada que impeça sua utilização, além de indicar as divisórias vítreas como não adequadas para salas críticas. Conheço aplicações de grau A com painéis de vidro, incluindo shafts de vidros duplos, sem quaisquer problemas operacionais.
    A utilização de Lexan(R), um policarbonato da GE com revestimento antiriscos, também é largamente aplicada em salas graus A e B, principalmente no caso de aplicações RABS (Restricted Area Barrier Systems).
    Também não foi indicada a aplicação de forros de gesso e os acabamentos em massa epóxi “espatulada”, embora não permita acesso ao entreforro e requeira manutenção mais frequente, é uma solução barata e rápida que atende perfeitamente as necessidades de salas de média (grau C) e baixa criticidade (grau D ou n/Cl). Obviamente tomando-se os cuidados necessários para permitir os trabalhos de comissionamento e qualificação das utilidades localizadas no entreforro, principalmente o HVAC.
    Por outro lado, não existem comprovações científicas da eficácia dos cantos arredondados, sendo os perfis de alumínio até proibidos em diversas instalações devido ao risco de abrigarem contaminações em suas junções ou entre estes e as divisórias, pisos e forros, principalmente em áreas de produção de alimentícios lácteos e achocolatados, onde existe o risco de abrigarem insetos (baratas e formigas).
    Da mesma forma, como os pisos vinílicos são aplicado por meio de adesivos, também há o risco destes abrigarem contaminantes e insetos em caso de sua descolagem.
    De forma geral, nenhuma solução é perfeita e cada uma requer seu tipo específico de aplicação e manutenção, cabendo ao usuário final a avaliação do impacto tanto no investimento inicial, quanto nos custos totais de propriedade (aquisição + manutenção, paradas de fábrica, demandas energéticas, seguro, etc.).

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