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sábado, abril 20, 2024
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Os Desafios e segredos da cadeia de logística para entrega da vacina contra covid-19

O maior desafio será a entrega das bilhões de doses da vacina contra o covid-19, que necessitam de temperaturas extremas, abaixo da média da Antártica.

Com o Reino Unido sendo o primeiro país a ter a vacina contra o covid-19 aprovado, o seu próximo desafio é montar uma estrutura em larga escala para fazer com que as vacinas cheguem à população em todo mundo.

A primeira vacina a ser a provada é produzida pela americana Pfizer em parceria com a BioNTech, porém a vacina, ser armazenada e transportada a temperaturas extremas abaixo de -70ºC. Já a vacina que foi desenvolvida pela Moderna necessita de um armazenamento não tão extremo  precisando ficar a -20ºC.

Conforme a OMS, uma questão muito delicada, se sua distribuição e armazenamento não forem adequados pode se perder até 50% por cento das vacinas. Atualmente poucos países contam com as estruturas adequadas de ultracongelamento para armazenar e distribuir as vacinas e fazer com que as doses cheguem de maneira segura a população.

A utilização de nitrogênio liquido e gelo seco podem ser utilizados para transportar as doses das vacinas, contudo o processo não é tão simples assim, antes da aprovação da vacina da Pfizer nos Estados Unidos, a empresa transportou centenas de doses para o país por meio de companhia aérea, esse voo necessitou de autorização especial da Federal Aviation Asministration para que pudesse fazer o transporte das doses.

“Várias vacinas precisam de temperaturas frias contínuas durante o transporte, o que, em algumas circunstâncias, requer gelo seco, um material perigoso”, disse a FAA em um comunicado. “A FAA está trabalhando com fabricantes, transportadoras aéreas e autoridades aeroportuárias para fornecer orientação sobre a implementação dos requisitos regulatórios atuais para o transporte seguro de grandes quantidades de gelo seco na carga aérea.”

 

Armazenamento

Empresas fabricantes de freezers especializados em temperaturas ultra baixas, anunciou que a partir do primeiro trimestre de 2021 irá entregar mais de 1.000 freezers para um grupo farmacêutico para que possam armazenar adequadamente as vacinas.

“infelizmente a maioria das clínicas e provedores de saúde não tem freezers de temperatura ultra baixa em mãos, o que ameaça a entrega das vacinas para os pacientes que mais precisam delas”, disse Dusty Tenney, presidente da empresa Stirling Ultracold. “Entendemos que nós estamos em uma posição única para fazer parte de um esforço global de saúde pública e estamos trabalhando ininterruptamente para garantir que as vacinas cheguem a todos com segurança e com a menor perda de produto possível.”

 

Transporte aéreo

Para as companhias aéreas a entrega das vacinas será um trabalho de muito esforço e cooperação, já debilitadas depois da pandemia que abalou as viagens de avião em todo o mundo. “Este será o maior e mais complexo exercício logístico de todos os tempos”, disse Alexandre de Juniac, diretor-geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês). “O mundo conta conosco.”

A estimativa da IATA que será necessário 8mil cargueiros Boeing 747 com a capacidade de transporte de 110 toneladas para o transporte das vacinas, e que levará dois anos para distribuir cerca de 14 bilhões de doses. Será uma tarefa difícil sendo que cerca de 30% da frota global de passageiros ainda estão em terra.

Uma das companhias aéreas a Lufthansa, em se preparando há meses para essa tarefa com depósitos refrigerados nos arredores do aeroporto de Frankfurt. Uma das maiores empresas de carga aéreas do mundo iniciou seus planos em abril, se antecipando para poder transportar as vacinas que a Pfizer, Moderna e AstraZeneca desenvolveu em tempo recorde.

 

Transporte logístico

Uma das empresas de logística que investe pesado nessa cadeia de distribuição ultra gelada é a UPS, a companhia de transporte está construindo dois centros para o armazenamento da vacina um nos Estados Unidos e outro na Holanda, perto de seus hubs de transporte aéreo.

Em cada um de seus centros de armazenamento terá 600 freezers ultra gelados, capazes de armazenar até 48.000 doses da vacina. Segundo a Bloomberg, cada um desses freezers custam um investimento de 10 a 15 mil dólares.

Como seria impossível construir um galpão que chegasse as temperaturas exigidas para armazenamento das vacinas esses freezers são essenciais, sendo que uma pessoa conseguira sobreviver apenas poucos segundos em um ambiente assim, mesmo trajando roupas especiais para climas de neve.

Embora seja rotina para empresa transportar itens refrigerados em gelo seco, esse é um novo desafio para UPS, transportar as vacinas em temperaturas extremas.

“Armazenar a -80°C, com ultracongelamento rápido a essa temperatura, garantindo que o tempo de transporte e o trajeto sejam reduzidos ao mínimo possível, tudo isso é muito novo para nós”, disse o presidente da UPS, Wes Wheeler, à Bloomberg.

Outra empresa que vem se adequando sua capacidade logística para o transporte refrigerado com freezers, caminhões refrigerados, sensores de temperatura, entre outras medidas é a FedEx.

Para entregar as vacinas contra o covid-19, o esforço das empresas será imenso, e dependerá da colaboração de todas as companhias envolvidas no setor.

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