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sexta-feira, abril 19, 2024
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Poor Quality Cost: enxergando o invisível

Bem pessoal, começando por uma desculpa pelo título em inglês, mas este termo tem um significado poderoso sem uma tradução satisfatória para o português e,  antes que você imagine experiências extrassensoriais  sugestionadas pelo subtítulo, proponho uma discussão  um pouco mais prática e conceitual sobre estas perdas tão discutidas, tão reclamadas e muitas vezes não combatidas adequadamente em nossas cadeias produtivas.

Discutir sobre reprocessos, retrabalhos , reprovas e tantos “re’s” que existem por aí,  é acrescentar, até mesmo porque os principais fatores pela não qualidade são a ignorância nas medições, o não enfrentamento destes índices e muitas vezes aqueles programas com tantas letrinhas e siglas que só satisfazem aos visitantes periódicos procedentes da matriz de uma maneira protocolar e que traz a ilusão de um desempenho superior quando um bom dinheiro vai escoando pelo ralo quase que literalmente.

Quando falo em medição você deve estar um pouco bravo comigo pois,  seguramente,  tem implementado em sua planta um planejamento estratégico baseado no modelo de  Kaplan seu respectivo  BSC, OEE e um sem número de índices de qualidade que,  bradamos aos quatro ventos, mas estão baseados no FDA.  Isto é bastante impotante mas em muitas ocasiões os  resultados positivos desejados  não conseguem impactar o resultado financeiro ou a satisfação dos clientes internos e externos.

E com tudo isto deparamos com pilhas de produtos parados pelos corredores, write-offs monumentais e aquela famosa reunião de SOP em que se discutem faltas e  muitos produtos com data de expiração muito inferior a 12 meses.

E lá vamos nós para treinamentos e certificações.

O que vocês acham desta afirmação:  “FDA’s Upcoming Quality Metrics Submission Requirement: Data Driven Decision-Making or Letting the Students Issue Their Own Report Cards?”

Será que o grau de liberdade vai aumentar? Será que conseguiremos conciliar todas estas equações? Sugiro como reflexão a seguinte leitura adicional encontrada neste endereço:

http://blog.compliancearchitects.com/2013/10/fdas-upcoming-quality-metrics-submission-requirement-data-driven-decision-making-or-letting-the-students-issue-their-own-report-cards/

Gostaria de sugerir uma maneira prática e rápida de reduzir o custo de não qualidade, e que  seja através de uma primeira métrica apenas:

Todas as métricas são importantes mas devem estar sendo guiadas por ela. É como um termômetro que não tira a febre mas é um ótimo indicador do estado em que o paciente se encontra.

O PCE ( process cycle efficiency)  ou eficiência do ciclo de manufatura, que em uma definição assertiva  fornece a relação do que agregamos de valor ao produto pelo tempo total de trabalho.

A proximidade de  100 %  fará com que o custo de não qualidade fique  mais próximo de zero e os resultados financeiros aparecerão naturalmente. Para quem leu  “A Meta” sabe do que estou falando, para quem não leu esta é uma ótima sugestão.

Espantoso que todas as vezes que auxilio na medição deste parâmetro,  a sensação inicial é que esta acima de 70 % e em muitas ocasiões o resultado efetivo é inferior a 10 % . Certa vez em uma planta muito grande de injetáveis, existia uma queixa generalizada por falta de produto e medido o PCE resultou em 4,8%. Com estoques intermediários armazenados em salas “escondidas” ao redor de 2 meses. Prova que eles “falam” muito e  indicações poderosas vêm daí.

Exemplo prático em minha carreira foi quando iniciei este trabalho em 1993  e conseguimos racionalizar uma área de aproximadamente 1000 m² ocupados com estoque intermediário e devoluções que propiciou a incorporação de uma outra planta em um processo de fusão evitando investimentos ao redor de US$ 5 milhões. Além de redução significativa nos custos de produção e reclamações de clientes.

Como exemplo prático um produto de compressão direta teve seu ciclo de produção reduzido de 54 para 9 dias contando tempo para análise e aprovação.

Fica a sugestão.

Boa medição.

Ivan Milano

ivan milanoSobre o autor:
Executivo com larga experiência na área de operações e Supply Chain  em empresas de grande porte como Pfizer, Novartis, AstraZeneca e Wyeth, responsável por turnarounds, projetos de expansão, fusão de plantas, modernização e adequação aos mais exigentes requerimentos de Qualidade com foco em máximo atendimento às necessidades de mercado com reconhecimento local e internacional. Formado em Engenharia de Produção, Ivan Milano atua como palestrante e participou de diversos cursos de desenvolvimento no Brasil e Estados Unidos , Canadá, América Latina, Europa e Ásia,  além de vivência internacional de 5 anos no México. Atualmente sócio-diretor da Maverick, Consulting, especializada em life sciences.

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