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quinta-feira, abril 25, 2024
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Setor de saúde ganha precisão com a rastreabilidade

João Carlos de Oliveira, prresidente da GS1.
João Carlos de Oliveira, prresidente da GS1.

Quando os processos logísticos interferem diretamente na qualidade de atendimento no setor de saúde, percebe-se o quanto estão presentes na vida de todos.

A redução de erros proporcionada por um sistema inteligente reflete diretamente na segurança dos pacientes, pois é possível reduzir sensivelmente a interferência humana nos processos de checagem e captura de informações do medicamento no sistema. Isso acontece porque, graças à rastreabilidade, é possível acompanhar o processo de recebimento do medicamento até a administração ao paciente. A estratégia elimina o perigo, por exemplo, de se ministrar doses ou medicamentos errados.

Os ganhos vão além. É possível diminuir os custos da operação ao reduzir retrabalho, como eliminar o processo de etiquetagem interna, já que a impressão é feita pelo fabricante. O mesmo acontece em relação às perdas por vencimento, que passam a ser controladas graças ao acompanhamento das datas de validade pelo sistema de gerenciamento de rastreabilidade.

Cada vez mais hospitais e laboratórios farmacêuticos buscam a excelência no atendimento, adotam padrões globais e tecnologias para automatizar seus processos como, por exemplo, a separação de medicamentos. E é o código de barras, tão conhecido dos brasileiros na hora das compras, que desempenha esse papel fundamental.

A GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação tem levado a tecnologia para instituições de todo o País, como laboratórios Eurofarma, Isofarma, Baxter e os hospitais Israelita Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Maternidade Santa Joana, em São Paulo, e Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

Na capital gaúcha, a opção foi pela adoção do código GS1 DataMatrix, código bidimensional de tamanho reduzido que se adapta às menores embalagens e comporta todas as informações necessárias para ter total controle da trajetória de um medicamento, do laboratório farmacêutico à administração no paciente.

O objetivo do Hospital Moinhos de Vento foi o de adotar um processo pelo qual os produtos podem ser rastreados por meio da tecnologia de código de barras, garantindo a origem e o caminho que este produto percorreu na cadeia produtiva até a chegada ao paciente.

Em 2011, o Hospital Moinhos de Vento introduziu o uso do código GS1 DataMatrix nos medicamentos por meio da integração de 18 áreas e com o treinamento sobre o uso da nova tecnologia para 118 colaboradores. O objetivo do projeto é aprimorar a segurança do paciente, reduzir custos, assegurar uma melhor gestão do inventário e atingir a rastreabilidade.

A nova simbologia é usada desde o recebimento do medicamento até seu descarte. A antiga metodologia da impressão interna das etiquetas contendo informações sobre a data de validade e número de lote foi substituída pela leitura do GS1 DataMatrix, impresso pela indústria farmacêutica em dose unitária, sem intervenção humana acerca das informações importantes referentes ao medicamento.
Em São Paulo, o Hospital e Maternidade Santa Joana, usa pulseiras para identificar os recém-nascidos e as mães. Assim, juntamente com o código GS1 DataMatrix nos medicamentos eles têm a garantia de que o paciente certo recebeu a medicação certa, na dose certa, na hora correta.

Também na capital paulista, o Hospital Israelita Albert Einstein foi pioneiro ao otimizar os procedimentos. Hoje, a instituição de saúde recebe 25% dos remédios já identificados pela indústria, um porcentual que abrange medicamentos utilizados em grande volume.

Não há estatísticas oficiais no Brasil, mas, segundo o Institute of Medicine dos Estados Unidos, mais de sete mil pessoas morrem anualmente e outros 1,5 milhão de pessoas sofrem graves danos por erros de medicação no país. O prejuízo financeiro chega a US$ 3,5 bilhões, de acordo com o estudo Preventing Medication Errors.
A GS1 tem a missão de criar e gerenciar padrões, entre eles o de identificação dos produtos para facilitar o gerenciamento da cadeia de suprimentos e alcançar a rastreabilidade, por meio da combinação de todos os padrões do Sistema GS1 – amplamente usados no varejo, como é o caso do código de barras.

Com a proposta de uma linguagem comum e global entre parceiros comerciais, o Sistema GS1 garante a segurança no recebimento, controle de estoque e gestão administrativa de mercadorias, além de facilitar as exportações e, principalmente, contribuir para a segurança dos consumidores e pacientes.

A GS1 Brasil faz parte do grupo internacional GS1 Healthcare e trabalha com fabricantes, hospitais, varejo, agências de vigilância sanitária, ministérios da saúde e associações do setor para buscar as melhores soluções mundiais para o sistema de codificação de medicamentos, redução de erros médicos, recall de produtos, autenticidade, eficiência e acuracidade na cadeia de suprimentos e rastreabilidade.

João Carlos de Oliveira – Presidente da GS1 Brasil-Associação Brasileira de Automação

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