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sábado, abril 27, 2024
DestaqueHVAC

Série Especial de Reportagens – Sistemas de Ar Condicionado para Salas Limpas – II

Damos continuidade a esta Série com destacados especialistas do mercado conversando com Humberto Barbato, profissional com 27 anos de experiência na área, engenheiro mecânico formado pela FEI com Mestrado em Administração e Negócios pela Universidade de Toronto e fundador e Diretor da Neu Luft desde 2000.  De acordo com ele, as etapas de instalação de sistemas de ar condicionado para ambientes controlados e salas limpas não sofreram grandes novidades ao longo dos anos: “podemos apenas salientar que houve a regulamentação das normas NBR ISO 14.644, antiga FED STD 209E, regulamentando e implementando os processos de qualificação. Desta forma, as atividades prévias a mesma devem ser bem executadas, pois no final da instalação não haverá mais tapete para  empurrar a sujeira”.

anuncio neu luft_2015_pequeno_02.inddBarbato descreve as principais etapas:

1) Contrato estabelecendo as condições de compra e venda.

2)Estabelecimento do cronograma físico financeiro.

3) Consolidação das Requisições do Usuário.

4) Elaboração e aprovação do projeto detalhado, com qualificação do projeto quando possível!

5) Especificação e aquisição dos recursos materiais e recursos humanos.

6) Montagens eletromecânicas e qualificação da instalação na finalização de cada disciplina

7) Testes finais e comissionamento.

8)  TAB, qualificação da operação e qualificação da performance.

Humberto Barbato conta que se forem considerados os últimos 15 anos, considerando basicamente condicionadores de ar e Chillers,  “podemos constatar que os equipamentos tem menor consumo elétrico, consequentemente, maior eficiência energética. Além disso foram desenvolvidos Chillers com recuperação de calor, ou seja, além de produzirem água gelada também produzem água quente. Também foram desenvolvidos Chillers que acionam seus compressores através da queima de gás, dando diversidade à matriz energética”.

Cuidados na instalação

“Após a instalação finalizada, alguns desvios são irreparáveis.”

Para o engenheiro Barbato, o desafio principal é fazer a instalação com o correto enquadramento na Legislação da ANVISA, MAPA, ou qualquer organismo regulador para o processo no qual o projeto deverá ser aplicado: “posteriormente, os requisitos do usuário deverão ser bem interpretados pelo projetista/instalador e o cliente deverá estar comprometido com as informações transmitidas que servirão de base para o projeto”. A partir daí  – continua – bastará que o projeto, instalação e comissionamento sejam desenvolvidos dentro dos critérios de qualificação para cada etapa: “quaisquer desvios que venham a ser detectados durante a execução e qualificação dos sistemas deverão ser corrigidos imediatamente, a fim de evitar retrabalhos futuros, lembrando que, após a instalação finalizada alguns desvios são irreparáveis”.

Como buscar eficiência energética?

Barbato explica que existem muitas alternativas na busca pela eficiência energética, dentre as quais enumera as seguintes:

1) Qual a matriz energética que o cliente dispõe?

2) Caso o cliente não possua alternativa energética viável, quais são as alternativas? Neste caso – explica – o HVAC deve ser inserido no plano Diretor do empreendimento e deve ser promovido estudo com a viabilidade técnica-econômica da energia a ser utilizada.

3) Escolher projetista que possua experiência comprovada e Engenheiro de Aplicação que conheça as alternativas disponibilizadas pelo fabricante que permitam sua implementação no projeto. Ele faz outra pergunta: quando as alternativas são estudadas é preciso sempre “linkar” o aspecto técnico ao econômico, ou seja, em quanto tempo a implementação de algum componente e/ou equipamento se pagará e passará a dar o retorno??

Bartato enumera também os principais problemas encontrados no decorrer do processo de instalação:

1)    Necessidade de harmonia entre instalador, cliente e fiscalização quando existir.

2)    Mão de obra qualificada.: “vivemos um momento no Brasil em que há carência de profissionais de nível técnico com a qualificação necessária para projetar, gerenciar, supervisionar e desenvolver as instalações eletromecânicas. Esta carência também estende-se aos montadores terceirizados das instalações eletromecânicas (montadores de dutos, rede hidráulica, elétrica, etc)”.

3)    Adicionalmente aos itens 1 e 2, existe o cenário da realidade brasileira em que as instalações estão sendo vendidas a baixíssimas margens, que aliada a crise econômica instaurada e a crise social (violência, baixa qualificação, estresse no trânsito) e um cliente ávido por resultado faz-se extremamente necessário que os condutores dos processos construtivos sejam sobretudo “Gestores de Pessoas” para que a obra possa ser finalizada a bom termo.

Manutenção

Humberto Barbato afirma que a manutenção deve ser pensada na fase de projeto, com escolha de processos, lay outs e equipamentos que possam ser mantidos a preços mais acessíveis, com sobressalentes “polivalentes” que possam servir a mais de um equipamento: “quando pensamos a manutenção no início como parte do projeto e do valor final a tratamos como um custo; Quando não pensamos no início, os valores da manutenção preventiva após a obra finalizada poderá atingir valores inacessíveis e passará a ser tratada como despesa e serão cortadas do orçamento. Neste caso os equipamento irão funcionar até quebrar posi não houve estratégia. Este item que considero de suma importância nunca foi levado a sério no Brasil, nem mesmo no tempo das vacas gordas, imaginem na conjuntura econômica atual!”

Case – Instituto de Física da USP

Humberto Barbato depõe sobre a Entrega da Sala Limpa em regime turn key para o Instituto de Física da USP no início de 2015: “dirigido pelo renomado Professor Doutor Alain Quvy do Laboratório de Semicondutores, de origem belga. A instalação constou de Divisórias, Sistema de HVAC ISO 5, 7, 8; Mobiliário, Capelas de Exaustão, Fluxos Unidirecionais, Ar Puro, Nitrogênio e Água Purificada. Indubitavelmente uma das melhores Salas Limpas já executadas dentro do Campus da USP.

O principal desafio concentrou-se nas Capelas Químicas de Exaustão. Tivemos de destacar o sistema de exaustão da Capela/Mobiliário propriamente dito. Pudemos constatar que muitos fabricantes não possuem departamento de engenharia e terceirizam o dimensionamento da vazão de exaustão para os fabricantes dos ventiladores de fibra ou similares. O que ocorreu quando iniciamos o processo é que a somatória da vazão de exaustão resultou em valor duas vezes acima a vazão de insuflamento para obtenção de classe de limpeza NBR ISO 6 para o mesmo laboratório. Tivemos de desmenbrar o sistema de exaustão e fazer o dimensionamento na própria Neu Luft, que resultou em vazão máxima de 30% do valor da vazão de insuflamento. Resultado: Economia de 10 TR’ que seria necessário implementar a mais somenta para aumento de ar externo para manutenção da pressão positiva; Economia de um condicionador de ar a mais que seria necessário para suprir a vazão de ar exaurido e redução de  custos de manutenção e operação. O sistema passou por qualificação e ensaio filmado da dinâmica do ar, devidamente aprovado pelo Professor Quivy”.

Fique atento, em breve publicaremos mais uma reportagem desta série especial. Clique aqui e leia a primeira parte.

CONTEÚDO EXCLUSIVO – PORTAL BOAS PRÁTICAS

 

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