Avon ministra treinamento sobre Boas Práticas de Fabricação para funcionários

A Avon, pioneira na venda direta de cosméticos há 127 anos, é uma companhia que conquistou o reconhecimento no mercado de beleza pela qualidade dos produtos que são oferecidos em catálogos por mais de 6,5 milhões de revendedoras – a cada segundo, quatro batons da marca são vendidos no planeta. No Centro de Desenvolvimento de Produtos, em Suffern, nos EUA, mais de 350 cientistas criam aproximadamente mil produtos por ano.

Presente no Brasil há 55 anos, a companhia tem posições de liderança que são sustentadas pelos rigorosos processos e controles existentes na companhia, bem como ao forte e constante investimento na capacitação dos funcionários.  Um exemplo disso é a inovadora gestão de treinamentos, que contou com uma feira de ciências na manufatura da unidade Interlagos, em São Paulo. O treinamento é anual e atende aos requisitos legais de boas práticas de fabricação para estabelecimentos produtores de produtos cosméticos. Com foco em melhoria contínua, o treinamento interno teve diversas inovações este ano, integrando os participantes muito além das tradicionais apresentações com slides em uma sala fechada.

Considerando as diferentes características dos funcionários: alguns sinestésicos, outros visuais ou auditivos na aprendizagem, bem como os funcionários especiais com deficiência auditiva que fazem parte do quadro de funcionários, a equipe da Qualidade Avon Brasil elaborou um treinamento totalmente diferenciado em relação aos seus moldes tradicionais, em formato de feira de ciências. Este novo formato permitiu aos funcionários ouvirem as explicações dos monitores, observarem e interagirem com as apresentações temáticas.

O planejamento foi muito importante na etapa inicial. Para a montagem dos estandes, a Avon recebeu suporte de parceiros internos e externos que contribuíram com materiais para as apresentações e treinamento dos monitores.

Os monitores por sua vez, todos integrantes do time de Qualidade, tiveram treinamento intensivo de alinhamento quanto ao texto a ser apresentado e quanto aos exemplos retirados da rotina de trabalho da área fabril e dos hábitos e comportamentos diários.

Em uma sala foram criados estandes com temas variados: importância e cuidados com higiene pessoal e higiene do trabalho, importância do uso dos EPI´s (equipamentos de proteção individual) e EPP´s (equipamentos de proteção ao produto), limpeza e sanitização de equipamentos e áreas produtivas, controle de pragas em áreas internas e externas, como evitar contaminação cruzada e os riscos para quem manipula e as causas de um possível consumo de um produto cosmético contaminado.

Nos estandes, os monitores realizavam uma apresentação do referido tema, mostrando os riscos, causas e efeitos do não cumprimento das boas práticas de fabricação em nossa rotina de trabalho, bem como prestadores de serviços e visitantes sem a devida orientação nas áreas produtivas.

No estande de contaminação microbiológica de produtos, por exemplo, foram apresentados vários testes laboratoriais, simulando contaminações microbiológicas em alguns produtos cosméticos (realizado em ambiente totalmente seguro, sem risco para a área produtiva), quais os passos para a identificação dos microrganismos e até a visualização de colônias de microrganismos em microscópio. Dessa forma, os funcionários conheceram alguns microrganismos patogênicos, os métodos de identificação, os danos que os produtos contaminados físico/ químico e microbiologicamente podem causar nos consumidores e a importância de seguirem os procedimentos internos para manufaturarem produtos com qualidade e segurança no uso. Os funcionários, ao entrarem na sala, receberam um questionário a ser preenchido durante o treinamento. Ao final de cada apresentação, foi a hora de responder a pergunta referida ao tema apresentado. Com isso a eficácia do treinamento foi avaliada pelos monitores.

Os funcionários que responderam as questões corretamente concorreram ao sor- Equipe de monitores teio de 50 kits de higiene pessoal, como uma forma de incentivar esses cuidados.

Os funcionários com deficiência auditiva participaram de turmas específicas, com horários estendidos para as apresentações, e o suporte integral de um intérprete de libras.

Foram 1.823 funcionários treinados (operacionais, administrativos e prestadores de serviços que estão envolvidos na Manufatura) em um período de duas semanas nos três turnos produtivos. Estendendo- se o período de treinamento para duas semanas, com turmas de hora em hora, não houve comprometimento da produtividade e programação de fabricação, pois os funcionários eram liberados para o treinamento aos poucos e de forma organizada.

Ao final do treinamento os participantes responderam a uma pesquisa de satisfação do evento e os resultados foram positivos: 93% consideraram o treinamento “ótimo” e 6,5% consideraram “bom”.

Hoje, quando se fala em boas praticas de fabricação, os funcionários já têm em mente as figuras visualizadas na apresentação da feira de ciências. Todos sabem dos impactos de nossos hábitos e comportamentos rotineiros em suas atividades dentro da área fabril. Os funcionários especiais com deficiência auditiva, visto que têm a característica da aprendizagem visual, tiveram 100% de aproveitamento nas apresentações, fato conferido na avaliação de eficácia do treinamento. O que é mais importante, os resultados desse trabalho da equipe de qualidade já começam a ser notados pelas áreas produtivas no que diz respeito às boas práticas de fabricação.

Débora Hiramatsu

Supervisora da Garantia da Qualidade da Avon Cosméticos

Texto publicado originalmente na Revista Controle de Contaminação