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segunda-feira, abril 29, 2024
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Ciência busca fármacos em formigas

A busca por moléculas naturais capazes de combater doenças em seres humanos sempre foi um trabalho “de formiguinha” da ciência, envolvendo a coleta, isolamento e análise de milhares de compostos de plantas, animais e micróbios da natureza, que precisam ser testados, um a um, sobre uma grande variedade de alvos terapêuticos. No caso de um novo projeto de pesquisa anunciado na última semana, porém, essa expressão ganha sentido literal.

Cientistas do Brasil e dos Estados Unidos vão, literalmente, enfiar a mão em formigueiros e coletar formigas por todo o País em busca de novas moléculas capazes de destruir fungos, parasitas e, quem sabe, até células cancerígenas. Não nos insetos propriamente ditos, mas nas bactérias que vivem sobre suas carapaças e impedem que suas colônias subterrâneas sejam contaminadas por fungos nocivos à sua sobrevivência.

O projeto foi aprovado “com louvor” num edital conjunto dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), cujo resultado foi anunciado ontem pelo presidente do NIH, Francis Collins, em sua primeira visita ao Brasil. O projeto está previsto para durar cinco anos, e o valor de financiamento ainda não foi divulgado oficialmente pelas instituições.

Mônica Tallarico Pupo, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, é a pesquisadora principal do lado brasileiro. Jon Clardy, de Harvard, lidera pelo lado americano.

A meta, segundo Mônica, é isolar cerca de 500 linhagens de bactérias simbiontes de formigas por ano, para serem testadas contra fungos infecciosos (que atacam, principalmente, pacientes com sistema imunológico comprometido), parasitas tropicais (em especial, os da doença de Chagas e leishmaniose) e células tumorais.

A meta dos cientistas é estudar essas bactérias e descobrir as moléculas que elas usam para destruir os fungos. Feito isso, a esperança é que algumas dessas moléculas sirvam como base para o desenvolvimento de novos fármacos.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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