Inovações e tendências em produtos para salas limpas
Especialistas ouvidos pelo Portal Boas Práticas falam sobre algumas das soluções mais usadas atualmente em ambientes industriais farmacêuticos.
Oferecer produtos eficientes, com ótimo custo-benefício, alinhados ao conceito de sustentabilidade e às exigências de órgãos reguladores são desafios permanentes para as empresas especializadas em soluções para a construção de salas limpas.
Movido por esse pensamento, o mercado busca inovar periodicamente. Segundo o engenheiro Eduardo Rein, diretor da Reintech, a grande tendência é a substituição dos famosos cantos arredondados em alumínio, por canto arredondado incorporado ao piso, formando uma superfície totalmente contínua com raio variável de 50 a 70 mm.
“Já a respeito de novidades, e em função das frequentes necessidades de fumigação, as tendências são por utilização de painéis de divisórias com substrato em lã de rocha ou colmeia de alumínio, e a chapa de acabamento tem uma película em PVC bactericida”, observa Rein. Ele ressalta que o acabamento da junção dos paineis não é mais feito com silicone e sim com o próprio material, em processo de fusão. “Com isso, o acabamento fica mais liso e mais resistente comparado ao silicone”, explica.
Alessandro Gazzi, coordenador de Projetos de Salas Limpas da Dânica, destaca que uma sensível inovação foram as portas e pass-through para a área de biossegurança, que passaram a contar com a utilização de gaxeta ativa em todo o perímetro, por meio de ar comprimido quando a porta está fechada. “Isso a torna 100% estanque”, diz.
No que diz respeito ao conforto dos profissionais, ele aponta a tendência de utilização de grande número de visores, para possibilitar a visitação de áreas sem necessidade de entrada na sala limpa, evitando o risco de contaminação e custos adicionais com roupas especiais.
Vantagens e desvantagens de cada isolante
Dentre os diversos materiais usados como isolantes no núcleo dos paineis (PUR, PIR, LDR, EPS etc), o mais usado, acredita Rein, é o EPS, por ser mais barato, seguido por PUR, PIR e LDR. “A linha de espumas tem a desvantagem de liberar cianeto na queima, gerando problemas com prêmios de seguro nas áreas. Face a isto é que as tendências são de utilizaçãao de LDR e colmeia de alumínio”, diz o diretor da Reintech.
Para Alessandro Gazzi, há uma forte tendência na utilização de divisórias, forros e portas com isolamento em lã de rocha (LDR). “Essa tendência é relacionada à segurança predial, pois a LDR é totalmente incombustível, o que permite que algumas seguradoras ofereçam valores diferenciados de seguro para ambientes construídos usando esse material”, explica.
Divisórias de vidro
![Vista interna do pass-through. Divulgação Reintech](http://boaspraticasnet.com.br/wp-content/uploads/2014/01/Reintech_INTERNO-PASS-THROUGH.jpg)
As divisórias de vidro temperado têm sido cada vez mais utilizadas. “Podem ser usadas em todas as situações, exceto áreas de fronteira de contenção biológica, tendo como desvantagem somente o preço”, diz Rein.
![Canto arredondado incorporado ao piso. Divulgação Reintech](http://boaspraticasnet.com.br/wp-content/uploads/2014/01/reintech_CANTO-ARREDONDADO-EM-VINIL.jpg)
Alessandro Gazzi, da Dânica, ressalta que as divisórias de vidro temperado são muito indicadas para a área de embalagem primária e secundária. “Sua vantagem está na facilidade de limpeza, no visual para o usuário e, principalmente, no controle produtivo pelo supervisor de fábrica. A desvantagem é que, se não forem bem aplicadas, podem conter pontos com falhas na vedação, gerando perda térmica, problemas no sistema de HVAC e pontos de contaminação cruzada”, afirma.
Dúvidas dos usuários
Os usuários costumam expressar algumas dúvidas a respeito da construção de salas limpas. Eduardo Rein afirma que as principais que tem percebido no dia a dia são as relacionadas ao alinhamento às BPF’s, principalmente quanto às classificações e diferenciais de pressão, bem como sobre a necessidade ou não de classificar as caixas de passagem. “Quanto às soluções existem e variam de caso a caso, tipo de produto, aplicação etc…, não sendo possível generalizá-las, exceto pra as caixas de passagem, que sim precisam ser tratadas como antecâmaras, mantendo as mesmas classificações e pressões destas.”, diz.
![Sala limpa na Ouro Fino. Divulgação Dânica](http://boaspraticasnet.com.br/wp-content/uploads/2014/01/Salas-Dânica-Ouro-Fino.jpg)
Alessandro Gazzi afirma que muitas das dúvidas são resolvidas pelos escritórios de arquitetos e engenheiros especializados em projetos farmacêuticos e hospitalares. “No nosso caso, as dúvidas são referentes a produto, como melhor painel a ser aplicado, dinâmica e tempo de montagem, estruturação de forro, padrão Dânica de intertravamento de portas, espessura dos painéis, entre outras” afirma.
Redação e edição: Alberto Nascimento e Marcelo Nicolósi – Portal Boas Práticas
Foto de abertura: Divisória vítrea. Divulgação Reintech.