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quinta-feira, abril 25, 2024
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Medicamento biotecnológico bate recorde em 2014

A indústria global de medicamentos biotecnológicos, que levam esse nome por serem obtidos a partir de organismos vivos como células, bactérias e leveduras, bateu recordes em 2014 nos principais indicadores econômico-financeiros e, pela primeira vez na história, ultrapassou a marca de US$ 1 trilhão em valor de mercado, segundo relatório anual da consultoria EY. Esse desempenho, porém, traz também novos desafios à indústria, que no Brasil começa a engatinhar por meio de acordos de transferência de tecnologia.

De acordo com a 29ª edição do relatório “Beyond Borders – Reaching new Heights”, a maturação do segmento em outros mercados, com destaque para Estados Unidos e Europa, que estão muito à frente de outras regiões em pesquisa e receitas, deu origem a uma nova fase de inovação biotecnológica que vai criar valor a pacientes, investidores e companhias no longo prazo. Além disso, há cada vez mais recursos disponíveis para investimento no setor.

Os primeiros reflexos dessa onda apareceram no número de novas drogas aprovadas. Conforme a EY, graças a esforços promovidos pelo FDA [do inglês Food and Drug Administration], órgão que regula as áreas de saúde e alimentação nos Estados Unidos, no ano passado foram aprovados 41 medicamentos biotecnológicos, frente a 27 novas drogas em 2013, e mais de 75% das aprovações ocorreram já no primeiro protocolo.

O estudo mostra ainda que companhias sediadas nos Estados Unidos, Europa, Canadá e Austrália, considerados “centros estabelecidos da indústria biotecnológica”, tiveram receita recorde conjunta de US$ 123 bilhões no ano passado, expansão de 24%. “Excluindo-se o crescimento fora do comum de um dos líderes do mercado, Gilead Sciences, as receitas registradas no ano passado cresceram 12%”, aponta a consultoria.

Diante desse cenário e da expectativa positiva para o longo prazo, volume significativo de recursos tem sido aplicado em empresas de menor porte, vistas hoje como as principais fontes de avanço nos próximos anos. Conforme a consultoria, foram realizadas 68 negociações de fusão e aquisição no segmento de biotecnologia no ano passado, que geraram recursos da ordem de US$ 49 bilhões.

Companhias europeias e americanas levantaram US$ 54,3 bilhões no ano passado, valor 72% acima do que foi captado em 2013, dos quais US$ 28,3 bilhões relativos a “financiamentos não geradores de dívidas decorrentes do mercado aquecido de ofertas públicas iniciais [IPOs, na sigla em inglês] e das ofertas subsequentes”.

Nos Estados Unidos e Europa, biofarmacêuticas levantaram US$ 7,6 bilhões em capital de risco, 28% acima do valor recebido um ano antes e o número de IPOs ficou em 94, acima do número histórico de 79 operações registrado em 2000, no auge da bolha da internet e da biotecnologia (neste caso, na esteira de notícias de sequenciamento do genoma humano). Conforme a EY, essas operações de abertura de capital arrecadaram US$ 6,8 bilhões somente em 2014.

A consultoria pondera, porém, que o elevado número de aprovações de novos medicamentos lança novos desafios à indústria farmacêutica, entre os quais maior pressão sobre os preços e mais dificuldade na obtenção de bons resultados em fusões e aquisições. Esse alerta vem justamente no momento em que a indústria brasileira se empenha para se consolidar como plataforma de produção desse tipo de medicamento, sobretudo de biossimilares, apta a atender não apenas ao mercado doméstico mas também a outros países.

 Fonte: Valor Econômico

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