Conheça as opções de pisos para sua empresa e confira dicas para especificação

O piso e o seu revestimento estão entre os elementos mais importante da estrutura física de salas limpas e ambientes controlados. O processo produtivo acaba acontecendo sobre eles, elevando sobremaneira sua relevância. Sobre o piso há tráfego de pessoas, veículos, matérias-primas, máquinas, etc.

Os pisos para salas limpas precisam ser de fácil limpeza e manutenção, possuírem aparência atrativa e cores claras – de modo a facilitar a visualização de sujidades -, apresentarem superfície lisa com porosidade o mais próximo possível de 0%, e estarem isentos de juntas e trincas que evitem acúmulo de partículas e germes.

De acordo com o engenheiro Alexis Fonteyne, da Solepoxy, os revestimentos mais usados são:

a- Sistemas multicamadas (multilayer) em acabamento quartzo colorido policromático. “Este sistema é esteticamente o mais bonito, além de ser o mais resistente a riscos e ataques químicos”, diz

b – Sistema autonivelantes em acabamento monocromático liso. “Este sistema era o mais tradicional por ser bem liso, porém, por ser menos resistente a riscos, tem sido substituido pelo Quartzo Colorido (QC)”, afirma o engenheiro.

C – Sistemas argamassados com acabamento pintado. E”ste sistema possui um acabamento com uma textura casca de laranja”, diz.

Entre os pisos industriais disponíveis, Nina Jacobi, supervisora de vendas da Durocolor,  diz que os revestimentos industriais resinados (à base de poliuretano ou epóxi) são os mais indicados, sendo o acabamento em poliuretano o que ofereceria maior resistência ao desgaste, à abrasão e a derramamentos de produtos químicos.

A arquiteta Glênia S. Francisco, gerente de marketing da ACE Revestimentos, destaca o piso vinílico homogêneo em manta, indicado para trânsito intenso. É antiestático, calandrado e compactado, colorido na massa. “Está disponível em mantas de 2m x 20m, 2mm de espessura. Possui excelente resistência à abrasão. É bacteriostático e fungistático. Possui incomparável barreira contra manchas e produtos químicos e tem baixíssima emissão de VOC- compostos orgânicos voláteis”, diz a especialista.

Vantagens e desvantagens
Nina Jacobi afirma que os revestimentos de pisos resinados apresentam uma gama enorme de tipos e composições oferecendo maior eficiência, durabilidade, além de proporcionar um ganho estético e de manutenção e limpeza quando adequados às condições de uso.

A respeito do piso vinílico homogêneo em manta, Glênia S. Francisco destaca as seguintes vantagens:
– As mantas são fundidas com cordão de solda, tornando a superfície totalmente monolítica, impermeável e sem porosidade.
– Laváveis, resistentes a produtos químicos e sem reentrâncias.
– Resistência ao escorregamento e ao impacto.
– Grande facilidade de limpeza e manutenção.
– Grande resistência à abrasão
– No caso de um reparo, é possível fazer em um tempo curto, sendo uma obra limpa, sem “quebra quebra”.
– Possui soluções diferenciadas como:  Sistema Ducha: Solução integrada de piso vinilico e revestimento vinilico de parede para área de chuveiro de emergência e vestiários. Piso vinílico acústico: Uma ótima opção para áreas onde a amortização acústica é importante, como por exemplo, amortecer a queda de frascos de medicamentos.

Sobre a desvantagem,  arquiteta afirma que, se comparado com alguns pisos autonivelantes ou pintura tipo epóxi, muitas vezes o investimento inicial em um piso vinilico é maior, principalmente quando o autonivelante não for de alta qualidade, “porém, se for analisado o investimento a longo prazo, em função de reparos e manutenções, o piso vinilico irá amortizar essa diferença”.

Alexis Fonteyne destaca o sistema QC, esteticamente mais bonito, e que seria muito mais resistente a riscos e a ataques químicos. “A desvantagem é que demora mais para ser executado e tem um custo maior”, diz.

Segundo ele, o sistema autonivelante é mais liso, mais fácil e rápido de aplicar. O custo é próximo ao QC. “O sistema argamassado é mais barato”, acrescenta.

Especificação
A especificação do revestimento mais correto depende de alguns fatores. Nina Jacobi afirma que a escolha do piso deve ser feita em função da utilização e das condições locais. “Deverão ser considerados o tráfego (intensidade,carga e tipo de rodas), tipo de produtos químicos que poderão ser derramados e tempo de exposição do piso aos mesmos,agressões mecânicas a que o piso estará submetido como arraste de materiais,batidas de lanças de empilhadeiras,cargas pontuais,disponibilidade de limpeza do piso,temperatura de uso e outras peculiaridades relativas a utilização da área”, explica.

Segundo ela, é fundamental uma análise técnica do substrato em relação a resistência,planicidade,juntas do pavimento,textura da superfície,grau de umidade e contaminações para tomar as providências necessárias de forma que o piso seja aplicado sobre uma base sólida que ofereça garantia.

Glênia S. Francisco cita os seguintes aspectos:
– Saber qual vai ser o fluxo do local: só pessoas ou equipamentos. Essa informação é fundamental para escolher o piso vinilico adequado.
– Como será feita a limpeza do local, se é utilizado algum produto específico que possa agredir o piso vinilico. Por exemplo, no piso vinilico não pode ser utilizado nenhum produto derivado de petróleo, o mesmo danifica o piso vinilico.
– Se utilizará algum tipo de produto químico e qual ou quais serão, para poder avaliar qual o piso vinilico mais resistente ao produto (s) em questão.

Luiz A. Santos, diretor geral da Radfloor, cita a resistência à compressão, cargas pontuais, planicidade, resistência quimica e abrasão.

Dúvidas frequentes
Segmentos industriais, hospitalares e comerciais têm usado cada vez mais os revestimentos resinados, substituindo outros tipos de revestimentos aplicados anteriormente, em busca de uma melhor condição de resistência, limpeza e visual. “Especificamente nos segmentos alimentício, farmacêutico, hospitalar e de laboratórios, a exigência é maior para esse tipo de piso, devido a necessidade de um revestimento sem porosidade e contínuo, sem juntas ou emendas, com rodapé meia cana, o que permite uma total assepsia do ambiente”, diz   Nina Jacobi, da Durocolor.

A respeito das dúvidas mais frequentes sobre o assunto, Luiz A. Santos, da Radfloor, cita temas relativos à resistência mecânica, abrasão e quimica.

Alexis Fonteyne, da Solepoxy, destaca as dúvidas sobre o tiipo de textura, porosidade, facilidade para limpeza.

A arquiteta Glênia S. Francisco afirma que em relação piso vinilico há as seguintes dúvidas:
– Saber se ele é resistente a produto químico e ao transito intenso.
– Saber se é impermeável.
– Como é feita a limpeza.

Redação e edição: Alberto Nascimento e Marcelo Nicolósi – Portal Boas Práticas

Foto de abertura da reportagem: Divulgação – Durocolor