Penetrabilidade é a principal característica da esterilização por óxido de etileno
Método é indicado para qualquer tipo de artigo médico, preferencialmente materiais incompatíveis com os processos convencionais de esterilização por vapor e alta temperatura.
Foto: Divulgação Baumer
A esterilização por óxido de etileno (EtO) é usada em materiais como plásticos, instrumentos de uso intravenoso e de uso cardiopulmonar em anestesiologia, aparelhos de monitorização invasiva, instrumental ótico, material elétrico, implantes, qualquer outro artigos médicos termossensíveis etc.
Comparada a outros métodos de esterilização à baixa temperatura, a esterilização por óxido de etileno possui excelente penetrabilidade, por exemplo, em tubos de pequenos diâmetros. É o que destaca Cristiane de Lourdes Bombarda Zinetti, do departamento de marketing da Baumer. “Por ser um método existente há mais de 50 anos, sua confiabilidade frente a outros processos é maior”, acrescenta.
A farmacêutica industrial Angélica Lapos, responsável técnica da Bioxxi Serviços de Esterilização, explica que o óxido de etileno tem atividade bactericida, fungicida, esporicida e viruscida e, devido a sua excelente penetrabilidade, alcançaria dobras e
lugares de difícil acesso. “Sendo mais clara: dependendo do tempo de exposição, ele consegue penetrar em quase todos os artigos independente de sua geometria”, diz. “Por isso, o óxido de etileno tem vantagem sobre inúmeros outros agentes esterilizantes, uma vez que ele não só esteriliza a superfície do artigo. O mesmo pode esterilizar até internamente”, completa.
Desvantagens
Para a farmacêutica industrial, a desvatangem do método é a necessidade de acompanhamento físico, químico e biológico para assegurar a integridade dos profissionais envolvidos, bem como o paciente. “E ainda um custo elevado quando em comparação com alguns agentes como o vapor”, diz Angélica. “Por ser extremamente tóxico, o gás EtO requer cuidados regulamentados que oneram sua instalação”, opina Cristiane.
Etapas
O ciclo de esterilização por EtO pode ser dividido nas seguintes etapas, segundo Angélica Lapos:
– Pré-condicionamento da carga: prepara a carga em termos de temperatura e umidade.
– Remoção do ar: por vácuo
– Admissão de vapor: para atingir o ponto ideal
– Admissão do gás: a mistura gasosa sob pressão e concentração pré-determinada é introduzida na câmara;
– Tempo de exposição: depende do tipo de embalagem, do volume e densidade da carga e se o esterilizador possui circulação de gás. Para esterilIzadores industriais, o tempo pode variar de 3 a 16 horas;
– Remoção do gás: por vácuo
– Aeração: este período é necessário para que o óxido de etileno residual possa ser reduzido a níveis seguros para a utilização dos artigos nos pacientes e para o manuseio pela equipe e que seu resíduos fiquem abaixo aos dos níveis exigidos pelas normas brasileiras e internacionais.
Cristiane de Lourdes Bombarda Zinetti ressalta que na última etapa – a eliminação dos resíduos do ETO na carga, onde se alternam pulsos de vácuo e entrada de ar filtrado, promovendo uma “lavagem” da carga esterilizada – opcionalmente, “poderá ser acrescentado no início pulsos de nitrogênio medicinal para neutralizar a possibilidade de combustão”.
Tecnologia oferecida pelas empresas
A Baumer fabrica o esterilizador por Óxido de Etileno com capacidades de câmaras que abrangem de 200 a 100 mil litros de volume útil. “Como diferencial de mercado, possuímos a certificação de equipamento exproof (à prova de explosão) de segurança intrínseca tipo EX ia IIB T4 GA, em conformidade com a portaria 179 do INMETRO”, diz Cristiane. “Com isso, a Baumer atende aos requisitos legais para a comercialização do produto, o registro na Anvisa e o certificado de conformidade para atmosfera explosiva”, acrescenta.
A Bioxxi dispõe atualmente de diversas câmaras para esterilização a EtO, bem como pré-condicionadores e aeradores e quaisquer outros equipamentos nescessários para a boa execução dos serviços. “É bom resaltar que nenhuma atividade de esterilização é garantida se o processo de limpeza não for eficaz”, alerta Angélica.
Alberto Nascimento e Marcelo Nicolósi – Portal Boas Práticas
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